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PIB: Governo pode rever projeção mais uma vez neste ano, diz Haddad
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Durante participação no evento Macro Day, do Itaú BBA, Haddad disse que a inflação deste ano deve ficar dentro da banda de tolerância da meta, apesar do que chamou de choques recentes
- Por Camilla Ribeiro
- 14/10/2024 21h29 - Atualizado há 2 meses
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, indicou que poderá haver uma revisão nas previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ainda este ano.
De acordo com as últimas estimativas da pasta, o crescimento econômico irá atingir 3,2%, mesma expectativa do Banco Central.Durante evento do Itaú BBA Macro Vision 2024, que ocorreu em São Paulo, nesta segunda-feira (14), Haddad se mostrou bastante otimista sobre o potencial do Brasil superar essa marca.
“Talvez a gente tenha que rever mais uma vez o PIB deste ano”, afirmou. “Não tem por que não mirar uma taxa de crescimento no mínimo acima da média mundial. Estivemos muito tempo abaixo”, continuou.
A média global que foi prevista pelo Fundo Monetário Internacional para este ano também é de 3,2%.
Haddad apontou que o país continua avançando e terá a menor inflação para este ano desde 2022.
Segundo o ministro, mesmo com a inflação podendo alcançar o teto da meta, em 4,5%, e o desastre provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul, no qual o problema já “está contornado”.
Haddad acredita que existe condições favoráveis para o crescimento. Segundo ele, além das questões internas sendo “resolvidas”, a parceria com o judiciário no último ano fez “afastar” R$ 1,4 trilhão em riscos fiscais de natureza judicial.
“Temos um conjunto de projetos de investimento represados com altas taxas de retorno. Há interesse internacional sobre o Brasil, especialmente em certas regiões do globo”, afirmou.
O ministro destacou ainda as vantagens competitivas do país, como a matriz produtiva e energética, que podem impulsionar o crescimento da economia.
Ao falar sobre o retorno do país ao grau de investimento, Haddad mencionou a sustentabilidade do arcabouço fiscal, observada pela agência de risco Moody’s, que recentemente deixou o país a um grau desse objetivo, afirmando que medidas recentes ajudaram a reduzir os riscos fiscais.
De acordo com ele, as regras fiscais que foram propostas por sua equipe ajudaram a reduzir o risco país e a Fazenda acredita que este é o caminho para o crescimento econômico.
Haddad declarou que o governo está atento à dinâmica das despesas dentro do arcabouço fiscal.
O assunto tem sido alvo de ceticismo pelo mercado financeiro que vê o ajuste sendo feito apenas pelo lado da receita e não do corte de gastos.
“Temos que fazer a dinâmica de despesas dentro do arcabouço. Está nas nossas preocupações este ano e queremos endereçar”, declarou.